Praticidade na avaliação de línguas - o que isto significa?
- SABELETRAS
- 8 de fev. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 20 de dez. de 2024
O conceito de praticidade na avaliação de línguas é bastante simples. Ele se refere à consideração das condições e recursos para levar adiante um projeto de avaliação.
Independentemente do tipo de avaliação, a praticidade precisa ser considerada. Suponhamos que em sua escola se decida desenvolver projetos de ensino e avaliação, ou que a opção seja avaliar por meio de portfólios. A praticidade vai levar a gestão escolar e os professores a analisar se os recursos estão disponíveis para realizar o trabalho. Por exemplo, pode ser que um projeto exija a disponibilidade de material de papelaria, computadores, acesso à Internet ou outros recursos materiais. No entanto, a escola não conta com tais recursos e nem tem condições de adquiri-lo. Ou pode ser que um projeto exija o auxílio de outras pessoas além do corpo docente. No entanto, não existem funcionários disponíveis para as tarefas do projeto, ou pode ser que estes tenham outras funções que ocupem todo o seu tempo. Em casos assim, não existem condições práticas para o projeto intencionado.
Se um professor decide avaliar por meio de provas, a praticidade vai levá-lo a considerar se o tempo disponível para os estudantes responderem a prova é suficiente, tendo em vista o número de questões, seu grau de dificuldade ou outras circunstâncias que podem afetar o desempenho dos estudantes. Igualmente, um projeto que precise de seis meses para ser completado não apresenta praticidade se o período letivo de um semestre precisar ser dividido entre o projeto, avaliação e atribuição final de notas, reuniões com gestores e com pais ou responsáveis. Simplesmente seis meses de trabalho não cabem em um semestre letivo.
Além da disponibilidade dos recursos materiais, de pessoas e de tempo em seu contexto, é fundamental considerar as condições do próprio professor para levar a cabo a tarefa. Um professor ou professora com muitas turmas e que aplique provas com um número grande de questões dissertativas poderá não ter o tempo e a energia para fazer uma correção justa e com base em critérios claros em tempo hábil. O resultado poderá ser o esgotamento físico e mental e dificuldades em justificar suas decisões diante de gestores, pais e estudantes que venham a questionar a qualidade e os critérios de correção.
A praticidade é, portanto, uma questão de levar em conta o que é possível ser realizado em um projeto de avaliação. Esta decisão precisa ser tomada com antecedência para não trazer prejuízos para o processo. Embora simples, o conceito é muito importante, mas também fácil de ser esquecido ou ignorado. Não é incomum calcularmos de maneira errada a disponibilidade de recursos materiais, de tempo e de pessoal. Pode até ser que os professores se empolguem com uma ideia e acabem se frustrando quando os resultados não são tão satisfatórios.
Vale aqui ressaltar a importância do planejamento cuidadoso e sempre que possível a testagem prévia da proposta. Por exemplo, é possível manter registro do tempo que os estudantes levam para responder uma prova ou parte de um projeto e usar esta informação para um cálculo mais realista, mesmo que não seja exato.
Deste modo, os projetos escolares de avaliação - não importam os instrumentos ou metodologias utilizadas - serão mais eficazes e também mais recompensadores para todos os envolvidos.
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